Eu poderia passar horas dias e porque não a eternidade toda.
Eu poderia passar esse ou qualquer outro tempo. Sim, eu poderia.
Eu poderia, mas não posso e não posso não porque não quero mas porque se me permitisse talvez o rumo do caminho se tornaria tão abstrato que a vida deixaria de ser real.
Assim viveria no mundo do imaginário onde mudamos as coisas e ordenamos pensamentos de acordo com nossas vontades.
Em meio de preucupações, realizações e desejos chega um mometo em que tudo para e aquela dor chega de repente e estaciona, pará e não quer mais ir embora.
A dor chega e mostra o que você não tem, mas desejaria ter. Desejaria tanto que trocaria a vida por um segunda dessa realidade tão distante. A dor chega com um aviso no rótulo: Não vou-me se você não permitir, mas essa permissão não esta ligada unicamente a nossa vontade. É como se em meio a um tornado você não conseguisse se despreender dealgo importante. Você quer...mas essa decisão vai muito além de querer. Querer só não basta! Então você se esforça.
Se esforça até que a ferida aberta se torne cicatriz. Porém a cicatriz não é igual ao resto do conjunto do corpo, às vezes com a simples mudança de temperatura a dor reaparece e quando essa cicatriz é no coração basta uma palavra,uma lembrança ou um gesto.
Dores que talvez nunca irão nos abandonar.
Dores estas que vem pra ficar e ficam.
Dores que um dia aprendemos a conviver todos os dias que podem ser mais um ou menos do mesmo.
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